Para ter acesso completo ao
texto que está a seguir, incluindo o sumário completo do livro e
o o quinto capitulo da primeira parte do livro (A ARTE DA
LEITURA EXIGENTE ) <<<clique
aqui>>>.
Como sabemos, no Brasil a maior
parte das "pessoas lê mal",
pois em sua maioria a população não chega sequer a completar o
Ensino Fundamental. Por outro lado, infelizmente, a posse de
diploma não é garantia de capacidade de leitura eficaz.
Mas problemas nessa área não são
exclusividade do Brasil, tampouco de países pobres. Já na década de
70, Mortimer Adler - um dos autores do livro citado - já denunciava
que a capacidade de leitura dos norte-americanos que não passava do
nível do sexto ano letivo, ou seja, mais ou menos o do nosso
primário ou 5.ª série. Desta forma primordialmente este livro
busca:
- Demonstrar porque as habilidades de leitura convencionais não
bastam para a compreensão de livros difíceis e complexos;
- Ajudar o leitor a adquirir competências de leitura mais
sofisticadas;
- Como aplicar essas habilidades para analisar qualquer
comunicação, indo de simples informes publicitários até entender
grandes livros.
A preocupação fundamental dos autores, que deu motivação inicial
para a obra, é que as escolas não ensinam as competências de
leitura de alto nível necessárias para se desfrutar tanto de livros
informativos como instrucionais e nós precisamos dessas habilidades
para lidar com livros que vão além da nossa compreensão. Esses
mesmos livros, segundo os autores, garantem os insights mais
profundos e duradouros. Adler e Van Doren delineiam uma abordagem
sistemática para nos ajudar a construir e sustentar novas
habilidades de leitura que irão nos ajudar a se conectar às obras
mais difíceis, complexas ou de níveis múltiplos. Para os autores,
um livro "consiste da linguagem escrita por alguém com o objetivo
de comunicar algo para você". Como requisitos principais para a
realização da obra os autores perceberam:
- Ler bem é melhor do que ler muito;
- Geralmente, as escolas não ensinam competências de leitura além
do fundamental. A maioria das pessoas lê ao nível do 9º ano, mas
você pode alcançar níveis mais altos;
- Para ler ativamente, devemos desenvolver técnicas de anotação,
partindo-se dos pensamentos e perguntas sobre o conteúdo de um
determinado livro;
- Para conferir se um livro vale a pena ser lido, "averigue-o"
por meio do "folheamento sistemático" ou da "pré-leitura", para
identificar a sua estrutura e design;
- Leia os grandes livros analiticamente, sempre buscando
entendimento, não apenas informação;
- Para ler um livro analiticamente, faça quatro perguntas: O
livro trata de quê? O que está sendo dito? O que ele diz é verdade?
O conteúdo é relevante?
- Para verificar o que um livro realmente diz, busque as suas
ideias, afirmações e argumentos. Quais "termos e proposições" ele
utiliza?
- Você consegue realmente entender o foco de um livro quando é
capaz de parafraseá-lo nas suas próprias palavras;
- No nível mais alto de leitura, você já é capaz de sintetizar os
argumentos de vários livros;
- Para tal, aborde cada livro dentro do processo "sintópico" ou
comparativo: encontre as partes boas, defina os termos, desenvolva
proposições, avalie as questões e analise os resultados.
"O livro é um tesouro de pistas e
métodos de trabalho intelectual", um manual abrangente de técnicas
de leitura" que associa "a profundidade da análise com a cobertura
da extensão dos gêneros", afirma o professor José Monir Nassar, no
texto introdutório a esta nova tradução, a terceira feita no país.
As anteriores, esgotadas assim que publicadas, datam de 1990 e
2000, e mantiveram o título como no original: Como ler um
livro.
É importante observar, no entanto,
que, além da sutil alteração do título para Como ler
livros, a leitura precisa ser atenciosa, porque aqui ou ali se
pode encontrar uma escorregadela, como na p. 32, em que se lê "Os
dois passos de leitura analítica aqui
delineados podem ser encarados como uma espécie de antessala para a
leitura analítica", quando, de acordo com o original, o correto
seria, "Os dois estágios da
leitura inspecional podem ser
considerados...", como se pode ler na p. 46, da primeira edição
revista e atualizada publicada pela Editora Guanabara, em 1990, e
traduzida por Aulyde Soares Rodrigues.
Adler não começou nada do ovo, como
diz o prefácio de José Monír Nasser, dado que a leitura é o
instrumento central de qualquer estudo. A arte de ler, confundida
com a arte de estudar, tem sido tema tradicional da vida
intelectual cristã, centrada no estudo da Bíblia. São muitas as
contribuições ao tema da leitura, mas só a partir de Mortimer Adler
o assunto foi tratado sistematicamente e de maneira abrangente,
válida para os principais gêneros. Adler idealizou uma matriz com
quatro níveis de leitura na vertical (elementar, averiguativo ou
inspecional, analítico e sintópico ou comparativa), de profundidade
crescente, e com seis gêneros de leitura na horizontal (poesia,
teatro, prosa, história, ciência e filosofia).
Com base no equacionamento dos
diversos aspectos da arte da leitura na forma desta matriz que
correlaciona profundidade com gêneros literários, Adler
dividiu o livro em seções independentes, primeiro explicando
os quatro níveis de leitura, depois tratando de cada gênero
individualmente, com recomendações judiciosas.
O livro é dividido em 4
partes:
- AS DIMENSÕES DA LEITURA
- O TERCEIRO NÍVEL DA LEITURA A LEITURA ANALÍTICA
- COMO LER DIVERSOS ASSUNTOS
- OS FINS ÚLTIMOS DA LEITURA
Na primeira parte do livro os
autores dão detalhes sobre os 4 níveis de leitura:
Leitura
Elementar - corresponde ao nível ensinado na escola
primária. Leitura elementar ou rudimentar, sugere que a pessoa se
alfabetizou, aprendeu os rudimentos de arte de ler e recebeu o
treinamento básico para a leitura. A preocupação de quem lê nesse
nível é com a linguagem em si, a decodificação da escrita, que com
qualquer outra coisa. A pergunta que norteia esse nível é: "O
que a frase diz?". Neste nível a leitura é somente básica e
conotativa.
"Precisamos nos tornar uma
nação de leitores verdadeiramente competentes."
"O bom leitor lê ativamente,
com concentração."
"O entendimento é apenas
alcançado quando, além de saber o que um autor diz, você sabe o que
ele quer dizer com isso e por que ele diz tal coisa."
"Se (...) o leitor de um
livro prático aceita o final proposto e concorda que os meios
recomendados são adequados e eficazes, ele deve, em seguida,
agir da forma proposta."
Leitura Averiguativa ou
Inspecional (também chamada de
"pré-leitura", "investigação inicial" ou
"garimpagem") - este nível é voltado
para a melhor avaliação possível de um texto ou livro num
período curto de tempo. Essa leitura pressupõe determinado
período no qual temos de ler certos trechos para extrair o
máximo do livro; é a arte de folheá-lo sistematicamente, examinando
sua superfície. Por exemplo, quando estamos de passagem por alguma
livraria, vemos um livro que parece interessante e precisamos saber
se ele é bom antes de decidirmos se vamos comprá-lo. Existem alguns
bons macetes para isso, os quais são tratados em mais detalhes
nesta parte. Por ora, basta saber que a pergunta básica deste nível
é: "Este livro é sobre o quê?". Neste nível também devemos
responder outras perguntas: "Qual é a estrutura do livro" ;
"Vale realmente a pena ler este livro?".
"Em geral, é desejável folhear
mesmo aquele livro que você pretenda ler com profundidade, para
ter uma ideia da sua forma e estrutura."
"Os bons livros estão acima do
seu nível de conhecimentos; se assim não o fossem, eles não
seriam bons para você."
"As frases importantes são
aquelas que exigem um esforço de interpretação, porque, à primeira
vista, elas não são perfeitamente inteligíveis."
"Leia um livro com olhos de
raios-X; faz parte essencial da absorção de qualquer livro
compreender a sua estrutura."
Leitura
Analítica - é a leitura completa, a
melhor que se pode fazer, ativa por excelência.
No dizer de Adler, "se a leitura
averiguativa ou
inspecional é a melhor que se
pode fazer num determinado período de tempo, então
a leitura analítica é a melhor leitura
possível quando não existe limite de tempo". Sendo aquele em que a
atividade é mais complexa e sistemática, quando comparada aos
anteriores; depende das dificuldades do livro a ser lido e pode
exigir muito ou pouco do leitor; trata-se da leitura completa, a
melhor possível num período de tempo ilimitado. Ela suscita muitas
perguntas, segundo o tipo de livro que se tem em mãos (elencadas na
Parte 2 do livro). É nível de leitura voltado basicamente
para a compreensão, de modo que, se seu objetivo for
apenas informação ou entretenimento, ele pode não ser
necessário.
"Não há uma velocidade certa de
leitura; o ideal é desenvolver a capacidade de ler em várias
velocidades e saber quando cada velocidade é mais
apropriada."
"Faça perguntas enquanto lê -
perguntas que você mesmo deve tentar responder no decorrer da
leitura."
Leitura Sintópica ou
Comparativa - implica a leitura de muitos
livros sobre certo tema, pondo-os em relação uns com os outros
e com o tema. Estudantes de Ciências Humanas são obrigados a se
familiarizar com ela. É o nível mais difícil de alcançar, e não há
pleno acordo sobre suas regras, indo além da comparação, pois
habilita o leitor a fazer uma análise que talvez não esteja em
nenhum dos livros. É o nível mais ativo, trabalhoso e, portanto, o
mais compensador de leitura. Porém, é também o mais
recompensador de todos os níveis.
"O que é verdade para uma
conversa normal é ainda mais verdadeiro na situação muito especial
em que um livro conversa com um leitor e o leitor responde de forma
apropriada."
"O leitor deve fazer mais do
que emitir um parecer de concordância ou discordância. Ele deve dar
motivos para tal."
Assim que tiver compilado uma
seleção de livros que pareçam relevantes para responder a sua
pergunta, submeta-os ao processo sintópico, ou comparativo, de
cinco etapas:
- Encontre as partes boas - O objetivo da leitura sintópica
não é entender o livro inteiro. O objetivo é usar o livro para
resolver o problema já definido ou responder a sua pergunta.
Utilize a leitura de averiguação para identificar os trechos mais
pertinentes à sua investigação.
- Defina os termos - Os autores selecionados na sua
bibliografia podem utilizar palavras diferentes para conceitos
semelhantes. Sintetize uma "terminologia neutra" que não seja
específica de algum autor, mas que possa incorporar conceitos de
qualquer um deles.
- Desenvolva proposições - Faça o mesmo quando você
identificar uma lista de proposições. Elabore proposições neutras
que não venham de um único autor, mas para a qual cada autor possa
contribuir com respostas.
- Avalie as questões - Você pode delinear um problema sempre
que identificar uma pergunta que diferentes autores respondam de
maneiras diferentes. Mapeie e compare as dissonâncias.
- Analise os resultados - Organize as questões e estipule
como elas se relacionam entre si.
Veja também:
Aprenda a ler e ouvir para aprimoramento das suas comunicações
-
Curso de Oratória: A arte de falar bem e fazer apresentações em
público‐>http://bit.ly/1Ed6ZNl
Curso Técnicas de comunicação escrita para executivos‐>http://bit.ly/1EPNNA3
Curso Teatral para Não Atores‐>http://bit.ly/1MKdSsy
Curso Tecnicas de Apresentação: Falar para Liderar‐>http://bit.ly/1Hu5B4Y
Laboratório de Escrita
Criativa‐>http://bit.ly/1hRs99R